Croqui do pico do Erci – Caldas Novas/GO
19/05/15
Ótima notícia para a galera do Centro-Oeste. O escalador caldense Diego Péricles elaborou um croqui bem detalhado de um dos melhores picos de escalada da região de Caldas Novas/GO, o Pico do Erci. Sim, aquela cidade conhecida internacionalmente por deixar sua pele parecendo uma ameixa também pode ajudar a engrossar o casco!
Com boulders de V0 a V10 e vias de 5o a 8o grau, o lugar é perfeito para todo mundo: iniciantes, intermediários, galera forte querendo fazer um volume ou abrir novas linhas. Com certeza vale a visita!
Clique aqui para baixar o arquivo pdf (27MB – é pesadinho, mas vale cada kb)
Apesar do croqui estar bem detalhado, caso seja sua primeira vez vale entrar em contato com a comunidade local para pegar os betas do acesso e da ética local.
A galera da região está bem empolgada com a evolução da escalada local e em breve deveremos ter croquis de outros setores de Caldas Novas, inclusive alguns já bem antigos como o do Fiu, onde estão sendo abertas novas linhas.
Não deveria precisar, mas não custa lembrar que o pico é uma propriedade privada que foi gentilmente liberado pelo proprietário para a escalada e só depende de nós para ele continuar assim, portanto: não faça #@%#$¨#.
Arte na natureza
01/04/15
Nosso querido José Luiz, conhecido também por diversos apelidos como Josecóide Lumbricóides, Zé, Bicho-preguiça entre outros, vem se destacando no cenário underground goiano. Joseph Climber, como é conhecido hoje, é um dos expoentes do grafiti goianiense com diversos trabalhos espalhados pela cidade, inclusive alguns contratados pela prefeitura da cidade através do excelentíssimo secretário de cultura alternativa Mário Filho.
Joseph Climber esta semana resolveu unir suas duas paixões, o grafiti e a escalada, e presenteou a comunidade escaladora com uma série incrível de grafitis em boulders icônicos de Cocalzinho. Confira abaixo algumas das belíssimas intervenções do artista:
Este blog, em nome da comunidade escaladora local, vem agradecer o legado deixado por este verdadeiro artista da natureza. Esperamos que esta atitude possa ser replicada em outros picos de escalada espalhados pelo país e quiçá pelo mundo.
Fica aqui o nosso muito obrigado Joseph Climber.
Escalada Caldasnovense
18/02/15
Post escrito pelo parceiro Diego Pericles, de Caldas Novas-GO, com um breve histórico da região.
Em breve divulgaremos o primeiro croqui da série com as linhas do setor “Erci”. Aguardem!
A escalada em Caldas Novas-GO surgiu ainda de forma primária entre 1997-99 com os pioneiros: Cristofer Masetti, Flávia Masetti, Marcos R. Casalini, Paulo (Porró) e outros que compartilhavam da vibe da escalada, tendo como mentor Rogério Fernandes que, sem dúvida e com mérito, é um dos ancestrais da escalada em Goiás.
É sempre bom lembrar que aquisição de equipamentos de escalada no Brasil nesse período era extremamente difícil pelo fato de ainda não existir meios de comunicação e as informações que temos disponíveis atualmente. Não tínhamos acesso a quem fornecia esses equipamentos, utilizávamos freio oito na segurança, corda estática, kichute com cravos serrados, ralava-se giz escolar que tinha em sua composição carbonato de magnésio, cadeirinhas eram feitas de fitas de cintos de segurança de automóveis.
A primeira empresa a fornecer equipamentos de escalada no Brasil foi a SNAKE, sediada no Paraná. Tinha que se ficar meia hora pendurado no telefone fornecendo dados ate de seus bisavós para adquirir uma sapatilha de escalada segundo relatos de Cristofer, sem mencionar o prazo para entrega. Tudo ainda era meio rudimentar, mas na força de vontade, intuição e sem dúvida movidos pela paixão a escalada.
As primeiras conquistas: Os grampos colados na rocha foram uma nova funcionalidade encontrada para os aparadores e limitadores de porteiras, que tinham um formato de “U” e serravam uma das pernas para fixar na rocha (ainda hoje se encontram algumas grampeações desse tipo que por sinal são bem seguras) sendo a perfuração da rocha feita a mão (broca soldada em uma barra cilíndrica de aço encapada com uma manopla de bike) marreta, mangueirinha de chuveiro pra soprar e limpar o furo e muita disposição.
Os primeiros Boulders eram mandados apenas com uma lona na base, posteriormente começaram a encapar colchões velhos com lonas reutilizadas de descarte de outdoors (ecocrash). Ainda temos alguns e utilizamos esses ecocrashs. Dessa forma a escalada caldasnovense se desenvolveu a passos lentos, principalmente pelo fato da comunidade de escaladores local ser pequena, mas devagar e sempre seguiu até chegar a contemporaneidade, sendo repassada de forma popular, tendo como mentor e professor (mestre) “Cristofer masetti” a quem sou grato por me apresentar, ensinar e orientar sobre o mundo da escalada, que com dedicação, boa vontade e muita paciência formou uma comunidade escaladora, ainda que pequena: entorno de 12 escaladores, nem todos assíduos, mas a maioria ativa e em busca de evolução.
Através desta dedicação e trabalho em prol da escalada os picos diversificaram e expandiram em modalidade, grau e número, contando hoje com picos de:
Assim o esporte em Caldas Novas-GO se desenvolve em meio a uma escalada diversificada possibilitando a evolução, atualmente em ritmo mais acelerado em virtude do aumento relativo dos escaladores locais, equipamentos, técnicas, informações, acessibilidade e ferramentas modernas (revolução tecnocientífica informacional) e sem dúvida graças a maior integração social entre os grupos de escaladores de diversas regiões, tornando possível a troca de ideias e experiências, maior visão na divulgação de eventos e picos de escalada.
Agradecimentos a toda comunidade escaladora de Caldas Novas-GO em especial ao Cristofer Masetti, principal conquistador das vias e mentor da escalada na região.
Um abraço e boa escalada a todos os habitantes desse incrível mundo positivo verticalizado que vai negativando!
8º Encontro Capixaba de Escalada
18/08/14
Neste final de semana acontece em Águia Branca/ES (1.300km de Goiânia) o 8º Encontro Capixaba de Escalada organizado pela ACE (Associação Capixada de Escalada). Para os 02 escaladores goianos que gostam de pedra alta esta é uma ótima oportunidade para conhecer um pico novo! Para mais informações e detalhes, acesse: www.ace-es.org.br
Lua de sangue
11/04/14
Na madrugada desta segunda para terça-feira (14-15/04) acontecerá um eclipse total da Lua que poderá ser avistado do hemisfério sul. Consegue pensar num dia mais apropriado para um night climb?
O ápice do eclipse será às 4:07 da madruga, então você terá tempo suficiente para mandar seu projeto, dar uma descansada e acompanhar o evento.
Detalhe que neste eclipse a Lua não vai sumir totalmente, mas vai ficar avermelhada. Isso acontece porque, apesar da Terra estar bloqueando totalmente os raios do Sol, a Lua ainda estará recebendo luz refratada pela atmosfera de nosso planeta.
Bom, se você chegou até aqui e não entendeu nada, resumo: Vá para Cocal (ou seu destino predileto de night climb) escale segunda-feira a noite e por volta das 4 da madrugada dê uma olhada para a Lua, ela estará vermelha!
A propósito, esse evento não tem nada de religioso/ sobrenatural, é apenas um fenômeno natural totalmente explicável e previsível, portanto, relaxa.
Fonte: MeioBit
Sorriso – 6 sup
01/04/14
Nosso querido amigo e escalador de longa data Erick Yin, mais conhecido como china, chinês entre outros apelidos menos honrosos divulgou hoje (01/04) que ontem finalizou o trabalho de conquista da via Sorriso em Cocalzinho de Goiás.
A nova via segue a linha do boulder de mesmo nome (conhecido em Brasília por “Muy Expuesto”). Segundo chinês, a via deve estar graduada em 6sup mas diz que prefere aguardar as repetições para consolidar o grau – “Sou um cara ético e prefiro que os companheiros deem o grau para não parecer que estou superfaturando minha nova conquista.” Confessa Erick num de seus muitos momentos de humildade.
“A ideia de grampear esta linha surgiu depois de assistir ao vídeo da Mari caindo, isso me chocou profundamente”. “Depois de descobrir que o boulder também era conhecido como Muy Expuesto não tive dúvidas e parti para a conquista. Coloquei apenas 8 chapas mas acho que ficou bem segura.”, explica Erick. “Acho que serei lembrado por muitos anos com gratidão por meus companheiros de escalada, especialmente os mais experientes como meu companheiro de conquistas Rafael Gomes (foto ao lado)”.
Para quem ainda não viu o vídeo que incentivou Erick na abertura da via, clique aqui.
Relato de Pedra em Pé
28/02/14
Mais um relato de nosso intrépido escalador viajante Betão, desta vez em tierras arrrentinas.
Em mais um relato da série ‘muita escalada e pouco grau’, escrevo um pouco do que aconteceu na primeira parte da viagem que fizemos eu, Chris, Dani, Zé e Olivia pela Patagônia.
Primeiro de tudo tenho de destacar que é impressionante que 5 escaladores saiam de 3 estados diferentes e cheguem todos ao mesmo lugar na hora certa… foi que aconteceu. Eu e Chris chegamos um dia antes. 20 horas de voos e conexões, por que a gente é pobre e não consegue voo mais direto.
A cidade de Bariloche é linda. Confesso que eu sempre tive o preconceito de “a cidade de lua de mel”… mas vale a pena. A cidade, na beira do lago Nahuel Huapi e cercada de picos nevados, tem clima de cidade de montanha. Como eu e Chris fomos os primeiros a chegar, aproveitamos esse primeiro dia para irmos ao clube andino, tomar vinho, comer bife de chorizo e conhecer a cidade enquanto a galera chegava.
A escalada esportiva é de aventura e a de aventura é aventura mesmo.
No dia seguinte, fomos cedo pegar os dois carros que havíamos alugado para a turma e pé na estrada para Piedra Parada.
A viagem em si é curiosa. A estrada é mais ou menos sinalizada e não coincide com os mapas, pelo menos os que tínhamos. Paramos em El Bonson para comprar a comida dos próximos 8 dias. Tudo tranquilo. A única discussão que houve foi sobre a quantidade de rolos de papel higiênico que uma integrante da banda queria comprar 16 rolos, enquanto os integrantes (gênero masculino) queriam comprar 6 (um para cada e um reserva). No fim, comprou-se 8. Para evitar confusão.
A aproximação à pedra parada é uma aproximação a outro planeta. Aliás, justo quando chega em Marte você vira a esquerda, atravessa uma ponte e está em frente à Buitrera. O impressionante cânion, tem esse nome pelos ninhos de condores, e a Piedra Parada (pedra em pé, na tradução livre do autor) é a sentinela.
O cânion tem potencial quase infinito mas ainda precisa de trabalho. Algumas das melhores paredes ainda não têm vias (ficávamos brincando: “se o Fei estivesse aqui, essa parede estaria furada”… ou: a galera da Petzl foi burra, tinham que ter trazido o pessoal do Montis aqui, ia ter muito mais via”). Mas não há dúvida que o visual é impressionante e a escalada é complementada pelo astral do lugar: deserto patagônico. Muito vento, calor de dia, frio de rachar à noite, umidade baixa, lebres correndo por todos os lados, um aviso de cuidado com o puma, uma chinchila dormindo do lado da parada da via há 20 metros de altura, uma casa a cada 8 km… Em fim, é muito interessante. Capacete é obrigatório, a escalada esportiva é de aventura e a de aventura é aventura mesmo.
Uma questão aparte que gostaria de colocar para discussão é que qualquer escalador de qualquer lugar que nos encontrava na pedra parada e sabia que éramos brasileiros, olhava para nós e ficava falando “muito bom”. Assim, galera da escalada, a próxima vez que aparecerem em um filme: falem mais coisa…
Fizemos uma memorável escalada na Piedra Parada em que o Dani conquistou uma via nova e cortou as duas cordas criando uma chuva de meteoros. Também escalamos em vários setores (ortiga, alero, calavera, éden, cañon de las sombras e chorro negro) da Buitrera. Cada um no seu ritmo… eu e Chris mais para a terceira idade e Zé, Dani e Olivia mais frenéticos. Em alguns desses setores, escalamos em companhia das mineiras andarilhas (Claudia e Helia) que foram adotadas.
Mas sem dúvida, a melhor coisa de Piedra Parada é a família Moncada: Don Mario, Señora Mirta y Leandrón. Tivemos o privilégio sermos convidados a compartilhar com eles a passagem de ano. Ele fez um assado de bode (embora o Zé Ricardo, el matador, diga até hoje que era carneiro). E nós? Fizemos o que fazemos melhor: a farra. Teve quadrilha, dança das cadeiras, vinho e muitas risadas.
É isso… outra hora eu tento escrever sobre como foi a segunda parte da viagem: Frey e Bariloche.
(esse post foi escrito em decorrência do choro do último editor remanescente da No Dab que está tentando com vontade ressuscitar o blog: força na careca titio!)
Campeonato de Boulder ao vivo
19/02/14
Depois que descobri que até o Betão assiste campeonato de Boulder na internet, quem sou eu para ter algum preconceito?
Este final de semana acontece o American Bouldering Series 15, mais conhecido como ABS. É um dos campeonatos mais famosos de escalada de boulder do mundo. Presença garantida de todas as estrelas americanas da atualidade como Daniel Woods, Carlo Traversi, Paul Robinson e cia. Para ver a lista completa dos competidores e o horário que cada um vai entrar, clique aqui. Lista do feminino aqui (para converter o horário, estamos 4h à frente deles).
O campeonato será transmitido pela Louder than 11 ao vivo pelo site deles e pelo Youtube, os links já estão disponíveis e com contagem regressiva ativada:
Eliminatória Feminina 21/02 (sexta-feira) às 13h (9AM MST): youtube.com/watch?v=1CrbR8hvakY
Eliminatória Masculina 21/02 (sexta-feira) às 19h (3PM MST): youtube.com/watch?v=t7QyxX2lHgo
Semifinal 22/02 (Sábado) às 15h (11AM MST): youtube.com/watch?v=2LB3j39Djzc
Final 22/02 (Sábado) às 23h30 (7:30PM MST): youtube.com/watch?v=l51KxaPHsEw
Veja como foi a final masculina do ano passado:
Escalando Fenda
17/02/14
Passou mal esse fim de semana tentando escalar uma fenda? Não se aflija, a Wild Country soltou mais um episódio da série “Crack School”.
Muita calma gafanhoto, pode guardar o cachimbo e o isqueiro. A Crack School é uma webserie que traz os escaladores Tom Randall e Pete Whittaker dando dicas de como escalar fendas. O episódio mais recente mostra técnicas avançadas de entalamento, especialmente quando a fenda é muito larga para o dedo e muito estreita para a mão. Detalhe para a calma do Tom Randall demonstrando como fazer uma das posições enquanto está pendurado por outro entalamento com apena uma mão, quanta resistência!
E se você curte o sofrimento da escalada em fenda, vale a pena assistir todos os episódios, várias dicas preciosas: https://vimeo.com/search?q=wild+country+crack+school
Bem-vindo
05/02/14
Este é o novo endereço do blog, agora com “.br”, Seja bem-vindo!
Para a inauguração do novo site e da loja preparamos um breve perfil do escalador Ueli Steck. Não que ele tenha algo a ver com a loja, mas é um bom chamariz…
Ueli nasceu em 1976 (37 anos) em uma cidadezinha de 9.000 habitantes chamada Langnau na parte alemã da Suíça.
Escala desde muito novo, aos 18 anos escalou a imponente Face Norte do Monte Eiger e desde então vem quebrando diversos recordes, em geral de velocidade escalando solo. Seu recorde mais famoso talvez seja a escalada da Face Norte do Eiger pela via Heckmair em 2h47 em 2008.
Em 2009 ganhou o Piolet d’Or pela primeira ascenção da via Tengkampoche de 6500m no Nepal junto com o também suíço Simon Anthamatten.
Em Abril de 2013 esteve envolvido num confuso incidente com Sherpas no Everest de onde saiu bastante machucado.
Ainda no ano passado Steck completou a primeira escalada em solo da Face Sul do Annapurna, a montanha que tem o maior índice de morte por ascenção do grupo das 14 montanhas com mais de 8.000m, o chamado 14 eight-thousanders.
Veja o vídeo onde ele fala do incidente no Everest e da escalada do Annapurna: